Área embargada (Foto: Divulgação/Ibama)
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O Ibama embargou 2,5 mil hectares de áreas
ilegalmente desmatadas para pecuária, desde o início da Operação Onda Verde, em
fevereiro, na região de Novo Progresso, no oeste do Pará. Cerca de R$ 7 milhões
em multas já foram aplicadas. Muitos desmatamentos, porém, ainda não receberam
autuação e foram embargados por edital, porque não se conhece os posseiros das
área.
"Essa medida vai facilitar a aplicação
futura da multa, além da apreensão e doação do gado que for encontrado nestas
propriedades", explica o coordenador da Onda Verde em Novo Progresso,
ambiental Leonardo Tomaz.
Um destes desflorestamentos para a expansão
da pecuária foi flagrado pelos agentes ambientais a apenas dois quilômetros da
Terra Indígena do Baú, no Distrito de Castelo dos Sonhos. Os desmatadores
fugiram pela mata, ao avistar o helicóptero do Ibama, deixando duas motosserras
e 400 hectares de florestas destruídas. Sem Cadastro Ambiental Rural (CAR), a área
acabou embargada por edital e não poderá mais ser alvo de legalização
fundiária.
Gado em área desconhecida
No final do ano passado, o instituto
apreendeu 500 cabeças de gado em uma área desmatada e embargada por edital, em
Novo Progresso. Foi a primeira apreensão de um rebanho de dono desconhecido
feita pelo instituto no país. O pecuarista que fomenta o desmatamento não
autorizado, segundo o superintendente do Ibama no Pará, Hugo Américo, se mantém
na ilegalidade para evitar a responsabilização pelos danos que provoca ao meio
ambiente.
"Criar gado em área desmatada e
embargada por edital, deixar de marcar o animal, não se inscrever no CAR, não
vai impedir a apreensão do Ibama. Este ano mais rebanhos nesta mesma situação
serão apreendidos na região", afirma.
Após a intervenção do Ibama, o proprietário
dos 500 bois veio à tona e reclamou a posse dos animais. Mas a apreensão foi
mantida e todo o rebanho acabou doado sumariamente à Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais (Apae) na região. "Foram apenas dez dias entre a
apreensão na área embargada sem posseiro conhecido e a doação sumária. Ou seja,
foi pior negócio para o pecuarista não buscar a legalidade ambiental", diz
o superintendente.
Fiscalização
permanente
A Onda Verde do Ibama continua combatendo
desmatamentos não autorizados na região de Novo Progresso até o final de 2013,
ou até a interrupção dos desflorestamentos ilegais. No Pará, a operação também
ocorre em Anapu e Uruará. Há mais quatro frentes de fiscalização na Amazônia
Legal: no Mato Grosso, Amazonas e em Rondônia.
Reproduzido do blog Tapajós em Foco
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