quinta-feira, 16 de março de 2017

'A bela e a fera' tem magia à moda antiga e Emma Watson finalmente livre de Hermione; G1 já viu

Trailer de 'A Bela e a Fera'
Em um mundo que briga para se livrar de padrões e receitas caretas, ainda há lugar para um conto de fadas? A expectativa em torno do novo "A bela e a fera", uma das grandes apostas da Disney para 2017, já dava sinais de que sim. O resultado surpreendente alcançado pelo diretor Bill Condon no filme, que estreia na próxima quinta-feira (16), é só mais um passo para o que deve se confirmar de vez nas bilheterias.
Não vá ao cinema esperando ver grandes revelações ou tramas paralelas instigantes - vamos falar disso daqui a pouco. Muito menos uma versão moderninha do conto francês do século 18, que ganhou uma pilha de versões e insipirou outras tantas produções no decorrer da história. A magia do "A bela e a fera" de 2017 está justamente em ser um musical à moda antiga, e ao mesmo tempo atemporal.
Trata-se de uma recriação quase exata da clássica animação de 1991 da Disney, que se tornou a primeira do gênero a ser indicada ao Oscar de melhor filme. Algumas cenas são cópias fiéis, quadro a quadro, palavra por palavra dos diálogos. Mesmo assim, a versão live-action (mistura de animação e atores reais) tem personalidade própria, mais vibrante, grandiosa, musical e colorida.
Emma Watson, que depois de "Harry Potter" parece ter interpretado a si mesma em uma série de produções sem muita relevância, finalmente consegue se livrar de Hermione. Exceto quando canta - e os ajustes artificiais em sua voz ficam mais evidentes do que deveriam -, ela convence na pele da jovem amante de livros, vista como esquisitona na pequena vila onde mora. Por uma sucessão de eventos infelizes, a donzela é confinada no castelo de uma terrível criatura, mas passa a enxergar a face doce e insegura do monstrão. O resto da história todo o mundo já conhece.
Emma Watson e Dan Stevens em cena do filme (Foto: Divulgação)Emma Watson e Dan Stevens em cena do filme (Foto: Divulgação)
Emma Watson e Dan Stevens em cena do filme (Foto: Divulgação)

'É possível ser feliz sem ser livre?'

A fera - em uma interpretação também competente de Dan Stevens - é apresentada em um prólogo que mostra seu passado de egoísmo e futilidade - e, atenção, alguns spoilers a seguir. Mais tarde, vamos descobrir que seu pai é o culpado pela má criação do príncipe amaldiçoado. O breve personagem é novo na trama - o passado da fera é bem pouco explorado na animação -, assim como discussões sobre a moral de outros personagens masculinos, como o vilão Gaston (Luke Evans) e até o pai de Bela, Maurice (Kevin Kline) - que, em seu passado revelado, se viu diante de uma dura escolha relacionada à mãe da heroína.
Não é difícil imaginar que Watson tenha buscado dar certo tom feminista à história, mesmo que sutilmente. Uma das maiores ativistas do movimento em Hollywood, ela disse em entrevista à "Entertainment Weekly" que, ao aceitar o papel, pesquisou a possibilidade de Bela estar envolvida em um relacionamento abusivo ou sofrer de Síndrome de Estocolmo - estado psicológico em que um prisioneiro passa a ter simpatia por seu agressor.
A atriz contou ter concluído, porém, que, ao menos nesta versão da história, a protagonista mantém sua independência e liberdade de pensamento. De fato, Bela surge numa versão mais destemida, que peita de frente o monstro e resume seu espírito ao responder se poderia ser feliz, mesmo presa no castelo: "É possível ser feliz sem ser livre?".
Josh Gad e Luke Evans  (Foto: Divulgação)Josh Gad e Luke Evans  (Foto: Divulgação)
Josh Gad e Luke Evans (Foto: Divulgação)

Mas e a trama gay?

Em meio à ansiedade de fãs, uma polêmica alvejou o novo "A bela e a fera" neste mês, quando o diretor revelou que o filme teria uma trama gay envolvendo LeFou, braço-direito de Gaston interpretado por Josh Gad. Um deputado na Rússia chamou o longa de "propaganda gay" e recomendou a reavaliação da obra pelo Ministério da Cultura do país. Um cinema americano chegou a proibir a exibição, se recusando a "comprometer o que a Bíblia ensina".
Muito barulho para pouca coragem da produção. O que foi anunciado como o primeiro "momento exclusivamente gay" dos filmes da Disney não vai muito além da bajulação de LeFou a Gaston - que já era mostrada na animação, nos anos 90. Até há a insinuação de que o personagem está confuso em relação à própria sexualidade, mas a história não engata e não chega a ser uma trama paralela.
Controvérsia à parte, "A bela e a fera" brilha mesmo ao aprimorar visualmente a fórmula clássica. Fotografia e direção de arte exploram as possiblidades dos novos tempos, sem deixar de lado a estética original. A música, um dos hinos da Disney, é modernizada na voz de Ariana Grande e John Legend, sem perder a melodia dos anos 90. E o conto "tão velho quanto o tempo", que atravessou gerações, ainda consegue fazer os fãs felizes para sempre.
Kevin Kline e Emma Watson (Foto: Divulgação)Kevin Kline e Emma Watson (Foto: Divulgação)
Kevin Kline e Emma Watson (Foto: Divulgação)
Dan Stevens como a fera (Foto: Divulgação)Dan Stevens como a fera (Foto: Divulgação)
Dan Stevens como a fera (Foto: Divulgação)
Luke Evans como Gaston (Foto: Divulgação)Luke Evans como Gaston (Foto: Divulgação)
Luke Evans como Gaston (Foto: Divulgação)



Fonte G1

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