Eurico Munduruku ficou desaparecido por cinco dias
de pronto-socorro (Foto: Assessoria da prefeitura)
de pronto-socorro (Foto: Assessoria da prefeitura)
De acordo com a polícia, Eurico foi encontrado por um policial que estava à paisana no estacionamento de um supermercado no bairro Tijucal. Segundo o cabo Antônio Lino, do 9º Batalhão da PM, o indígena não reagiu com a chegada da viatura. “Ele agiu de maneira pacífica quando os policiais e uma equipe da Funai chegaram para resgatá-lo. Ele estava muito sujo e teria andado a pé até a região do Tijucal”, informou o policial.
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Ao G1, o coordenador da Fundação Nacional do Índio
(Funai) em Cuiabá, Benedito César Garcia Araújo, afirmou que Eurico será
levado, primeiramente, para a Casa do Índio, onde vai se encontrar com
um filho dele que deixou a aldeia para localizá-lo. Em seguida, ele
deverá retornar ao Pronto-Socorro para concluir o tratamento. “Ele está
com uma fratura exposta no braço que precisa ser cuidada. Depois do
primeiro atendimento na Casa do Índio ele vai retornar ao hospital”,
confirmou o coordenador.- Índio ferido em confronto com a PF em aldeia foge de hospital em Cuiabá
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Eurico e mais um outro indígena da etnia Munduruku, identificado como Edvaldo Mores Borô, de 44 anos, foram encaminhados para o Pronto-Socorro de Cuiabá após se ferirem no confronto ocorrido no dia 7 com agentes da Polícia Federal durante uma ação da Operação Eldorado na aldeia Teles Pires, na divisa de Mato Grosso com o Pará. Outros quatros indígenas e mais quatro agentes federais também se feriram. Um indígena acabou morto ao ser atingido por pelo menos três tiros.
De acordo com o técnico indigenista, José Eduardo Costa, que esteve no pronto-socorro, Eurico estava apreensivo. "Uma assistente social disse que ele reclamava que estava mal instalado no corredor e se sentia apreensivo”, disse.
Ednaldo Borô também está internado no Pronto-Socorro e pode ter braço amputado (Foto: Funai/Alta Floresta)
Investigação
A operação Eldorado foi desencadeada para coibir a extração ilegal de ouro em Mato Grosso e outros seis estados. A Justiça Federal expediu 28 mandados de prisão e outros 64 de busca e apreensão. O conflito ocorreu quando os agentes tentavam destruir uma balsa, supostamente, utilizada na extração ilegal de ouro no rio Teles Pires.
Para cumprir um mandado judicial, os agentes da PF utilizaram além de armamento não-letal, armas convencionais. A Polícia Federal abriu inquérito para apurar se o índio morto no conflito foi atingido por um disparo efetuado por um dos delegados que comandou a operação.
Durante as investigações, os agentes federais apontaram a participação de lideranças indígenas no esquema criminoso. De acordo com o superintendente da PF, César Augusto Martinez, a operação vai entrar na segunda fase quando os crimes de lavagem de dinheiro serão apurados.
Nessa fase, os índios serão investigados. Treze índios da aldeia Munduruku, inclusive, vão responder na Justiça pelos crimes de desacato e resistência. Entidades ligadas aos Movimentos Sociais repudiaram a ação e, em uma representação encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF) classificaram a atuação da PF como truculenta.
G1 MT