segunda-feira, 6 de agosto de 2012

06/08- Pará investe em estratégias e infraestrutura para atrair mais investimentos

Uma equipe do Banco Mundial está em Belém em busca de mais conhecimentos sobre o açaí. O fruto da Amazônia, consumido em todo o Brasil, conquistou o mercado estrangeiro e pode ser encontrado em diversos produtos comercializados em países como China, Bélgica e Malásia. Por causa da demanda, o açaí será objeto de um projeto piloto de fruticultura, desenvolvido para nortear estratégias de estruturação de um ambiente de negócios atrativo no Pará. O projeto faz parte de uma parceria entre o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), Banco Mundial e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
“Sabemos do grande potencial de negócios que pode ser fomentado em nosso Estado. Somos o 2º maior minerador do Brasil, o 5º maior rebanho do país, mas não beneficiamos esses produtos aqui, o que caracteriza uma perda de desenvolvimento. Nesse projeto vamos organizar a cadeia produtiva do açaí, desde a formação de cooperativas à estrutura de escoamento do produto. A gente quer agregar valor, e não apenas fornecer matéria prima, com a comercialização do fruto in natura. Tudo isso está sendo estudado. O Banco Mundial tem a maior expertise nesse assunto, e nós precisamos dominar a metodologia, e acredito que teremos êxito”, destacou o secretário de Estado de Indústria, Comércio e Mineração, David Leal.
O secretário informou que depois do trabalho com o açaí serão desenvolvidos outros frutos com potencial mercadológico, e o projeto será estendido a diversas áreas de mercado, como o setor metal-mecânico. O projeto piloto, que deverá ser implantado ainda em agosto deste ano, é a continuação do trabalho desenvolvido em parceria com as instituições. No ano passado, uma equipe da Seicom foi habilitada para identificar oportunidades a serem desenvolvidas no Estado e captar novos investidores.
Segundo o relatório Global Investment Promotion Best Practices (GIPB), do Banco Mundial, publicado em maio deste ano, que identifica práticas de investimentos globais, o Pará é um dos melhores Estados no Brasil para atrair investidores. O relatório apresenta os principais locais para investimentos no planeta, e serve de orientação para que futuros investidores se aproximem dos países (e dos Estados) com esse atrativo. O Pará também se destaca no relatório, com o site da Diretoria de Mercado e Atração de Investimentos (DMAI), da Seicom, apontado como um dos melhores da categoria.
Potencialidades - Diante deste quadro, o Governo do Estado está investindo para desenvolver não apenas os polos industriais paraenses, localizados em Marabá (no sudeste paraense), Ananindeua (na Região Metropolitana de Belém), Barcarena (no Baixo Tocantins) e Santarém (no oeste), mas as cidades em geral, a fim de que o Pará propague suas potencialidades de investimentos e venha se alinhar aos principais Estados industriais do país.
Entre as estratégias de governo está o aprimoramento da Lei de Incentivo Fiscal, que propõe mudanças como a vinculação da porcentagem de desconto nos impostos de acordo com as práticas desenvolvidas pelas empresas. Teriam direito ao maior incremento fiscal, que pode chegar a 99% de desconto no ICMS, as indústrias que verticalizarem a produção, agregando valor ao produto, e também aquelas que atraíam fornecedores estratégicos, entre outras ações. A proposta deverá ser apresentada no fim de agosto, para avaliação final.
Leis ambientais - O desenvolvimento de um bom ambiente de negócios também passa pela agilidade na aplicação das leis ambientais, e pela infraestrutura disponível nos locais escolhidos, como energia estável, estradas conservadas e facilidade de sinais de telefonia e internet. O secretário David Leal explicou que a Seicom desenvolveu uma série de pesquisas para identificar os pontos que precisam de atenção imediata. O relatório ficou pronto este mês e será apresentado na próxima semana em uma reunião com todas as secretarias envolvidas na promoção de um ambiente de negócios atrativo no Estado.
“Já temos uma ideia do que precisa ser feito para facilitar a vinda das empresas pra cá, e agora vamos nos reunir para ver quais mudanças podem ser aplicadas mais rapidamente. Com ações combinadas, acredito que nos próximos meses teremos um bom ambiente de negócios. O desafio é grande, mas estou muito otimista”, reiterou o secretário.
Os efeitos desse empenho já podem ser visualizados pelo número de empresas que apresentaram projetos de instalação no Pará. A média anual é de quatro novos projetos, e esse número foi alcançado no primeiro semestre deste ano, além da renovação de intenções de sete empresas já estabelecidas. Esse cenário representa a entrada de R$ 250 milhões em capital de investimentos e a geração de 3 mil novos empregos em várias regiões do Estado, desde o Arquipélago do Marajó até o sul. Esses dados foram apresentados por Artur Mascarenhas, da Assessoria de Incentivos da Seicom.
Segundo ele, a expectativa é dobrar o número de empresas que se interessam anualmente em fincar bases no Estado, tanto com a criação de estrutura para abrigar essas empresas, quanto na identificação das potencialidades industriais, que possibilita a abordagem direcionada de investidores.
“A gente tem um potencial muito grande e precisamos de estratégias para dialogar com as empresas. Fizemos um levantamento aerogeofísico para identificar as áreas de exploração de minérios no Pará e termos condições de oferta de investimentos nesse departamento. Criamos uma planilha de insumos com a identificação serviços e matéria prima adquirida pelas indústrias que estão no Estado, para direcionar nossas abordagens às empresas que atuam nessas áreas, apresentando esse consumo como estratégia de mercado para a vinda desses estabelecimentos para o Pará. São bilhões de reais que podem ser movimentados no Estado com o desenvolvimento dessas estratégias”, explicou Artur Mascarenhas.
O titular da Seicom acredita que o trabalho realizado poderá aproximar o desenvolvimento industrial do Pará ao patamar alcançado por Goiás e Pernambuco, no prazo de oito anos. "Em uma reunião com o engenheiro Eliezer Batista, pai do empresário Eike Batista, e notável conhecedor deste assunto, ele declarou que o Pará é o melhor Estado para se investir no país. Tenho certeza que ele não declarou isso apenas para nos agradar. Estamos convencidos dessa realidade, estamos fazendo o dever de casa e temos convicção do êxito do nosso trabalho”, concluiu.


Fonte: Agência Pará

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