Neste mês, 20,5% dos empréstimos contraídos pelos paraenses estão há mais de 90 dias atrasados. Do total da população que recebe até um salário mínimo, cerca de 20% possui contas com mais de três meses em atraso no Pará. Já dentre os consumidores do Estado que ganham mais de dez salários mínimos, pelo menos 25% estão argolados por mais de um trimestre.
De acordo com os dados da Serasa Experian, no mês de maio, em todo o Brasil, o volume de empréstimos não pagos por mais de 90 dias bateu a casa dos 6% - índice que pode ser considerado o pior registrado pelo Banco Central nos últimos 12 anos. O principal vilão em nível nacional é o financiamento de veículos. Já no Pará, 94,3% dos endividados estão comprometidos com o cartão de crédito. No caso dos financiamentos, apenas 2,1% dos contratos assinados pelos paraenses não estão sendo cumpridos. A maioria dos débitos vencidos, ou seja, 14,8% deles, é proveniente de famílias com renda superior a dez salários mínimos.
No ano passado, em igual intervalo, o número de endividados com faturas atrasadas por mais de 90 dias bateu a casa dos 39%, ou seja, quase o dobro do índice registrado este ano. Naquele período, o total de paraenses com financiamentos de carros também era quase o dobro do volume apontado este ano: 3,9%. Já o endividamento no cartão de crédito registrou um crescimento demasiado este ano em relação ao mesmo intervalo do ano passado, saltando de 77%, para 94%.
Este, aliás, é o principal algoz dos paraenses, segundo aponta o economista Oberdan Pinheiro, especialista em Economia Doméstica. 'Com a facilidade de crédito, redução de taxas e de impostos, as pessoas que não têm educação financeira começam a se endividar, comprando coisas que nem sempre precisam. Sem um orçamento planejado, as dívidas começam a se acumular', diz.
Fonte: Portal ORM
Com informações de O Liberal
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