quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

05/12- Hospital de Curuçá será desativado para desinfecção

Seis funcionários do Hospital Municipal de Curuçá que estão internados no município serão transferidos hoje para Castanhal, nordeste do Estado. Eles estão hospitalizados desde o último dia 23 de novembro, depois que começaram a apresentar sintomas como febre baixa, falta de ar, oligúria (volume reduzido de urina), hipotensão, hipoglicemia, bradicardia (baixa frequência cardíaca) e manifestações hemorrágicas no sistema digestivo. Apesar disso, o clima na cidade não é de pânico. O hospital foi isolado e apenas cinco doentes aguardam transferência para hospitais de Belém e se queixam de terem sido deixados para trás em um local sem estrutura. A equipe da unidade, drasticamente reduzida após a epidemia, desafia a própria sorte e segue cuidando dos colegas infectados. Prefeitura de Curuçá informou que a unidade será desativada para desinfecção assim que os últimos pacientes deixarem o local. A unidade só deve voltar ao seu funcionamento normal em 2013.


Ao ver pessoas desconhecidas se dirigindo para o hospital municipal, a população faz questão de avisar: todos que se aproximam do local devem usar máscaras e evitar, se possível, aproximar-se dali. Todos na cidade parecem estar a par do problema, porém, o clima não é de pânico, e sim de precaução. 'Acho que basta não se aproximar muito, né? Ninguém sabe ao certo o que está acontecendo', justifica a dona de casa Joana Lima, de 58 anos.


O atendimento dos demais pacientes foi suspenso há cerca de cinco dias e todos que ainda procuram o hospital são encaminhados para postos de saúde próximos. A todo o momento, pessoas procuram o hospital para os mais diversos atendimentos. 'Faço fisioterapia aqui há alguns meses. Sei do problema, mas não tenho medo. Fiquei surpresa de não ser atendida', contou a dona de casa Lucicléia da Cruz, de 33 anos. O peixeiro Paulo Sérgio Silva, de 50 anos, também foi até o hospital na manhã de ontem para tentar uma consulta. 'Quanto mais a gente tem medo, pior a situação fica. Preciso de atendimento e não teria medo de entrar ali', afirmou.


Entre os demais funcionários a história é diferente. Alguns deles estão receosos em seguir trabalhando. 'Eu tenho que pegar o plantão agora, mas não sei se vou entrar. Um colega que estava tratando dos doentes também adoeceu. Ficamos com medo, não é?', comentou o técnico de enfermagem, que preferiu não se identificar. Ele denuncia que o hospital não possui, neste momento, a mínima infraestrutura para atender estas pessoas. 'Tem uma enfermeira cuidando deles agora. Se alguém sofrer uma parada respiratória, não há o que se fazer', disse.



Fonte: Portal ORM
Com informações de O Liberal