quarta-feira, 16 de abril de 2014

16/04- O motor esquerdo havia parado', diz colega de piloto desaparecido


O avião de Luiz Feltrin sumiu no PA em março com 4 passageiros.
Equipes de resgate somam quase 400 horas de buscas.

Do G1 PA
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O piloto Dário Correa foi uma das últimas pessoas a falar com Luiz Feltrin, comandante do bimotor Beechcraft modelo Baron que desapareceu no sudoeste do Pará no dia 18 de março. Segundo Correa, Feltrin fez contato por rádio faltando cerca de 6 minutos para a aterrisagem em Jacareacanga, reportando problemas na aeronave. "Ele só me disse que estava monomotor, o motor esquerdo havia parado, eu ainda pedi para ele me confirmar a mensagem, que eu estava com o rádio muito baixo e ele confirmou”, relembra Correa.
Antes disso, Feltrin já havia acionado o controle de voo para saber das condições climáticas na região. "Foi informado para o comandante que estava chovendo na vizinhança e a visibilidade estava se restringindo” Jetson Gomes, operador de pista de Jacareacanga.
O piloto do bimotor, de 53 anos, tinha mais de 30 de experiência em voos na amazônia. A viagem de 300 km entre Itaituba, de onde a aeronave partiu, até Jacareacanga deveria durar 55 minutos, mas o avião não chegou ao seu destino: as 12h50 luiz Feltrin entra em contato com dario e diz que o segundo motor havia parado. O bimotor sumiu dos radares ao meio dia e 53.
A aeronave transportava quatro pessoas, todos funcionários da Secretaria de Saúde indígena: eram três técnicas de engermagem, que iriam distribuir medicamentos para aldeias do Pará, além do motorista Ary Lima. Eles passariam 20 dias trabalhando na região.
Mensagem 1 desaparecida (Foto: Luana Leão/G1)Rayline avisou o tio de problemas na aeronave
(Foto: Luana Leão/G1)
Uma das passageiras, a técnica de enfermagem Rayline Campos, chegou a enviar uma mensagem de celular para o tio, alertando sobre a pane. “Tio, to em um temporal e o motor parou. Avisa a mãe que amo muito todos. To aflita, to em pacnico. Se eu sair bem aviso. To perto de Jkre. reza por nós, não avisa a tia ainda”. Um minuto depois a segunda mensagem: o motor tá parando, socorro tio. “Passei uma mensagem pra ela de volta, aí não teve retorno, nada, falei, vou já ligar, liguei e não consegiu mais nada”, disse Rubélio Santos, tio da técnica.
Trajeto complicado
No caminho entre as duas cidades existem parques e reservas florestais. São áreas preservadas de mata nativa, além disso é uma região de serra montanhosa, e é difícil encontrar áreas descampadas, onde seja possível fazer um pouso de emergência.
Em Jacareacanga, vários parentes dos desaparecidos acompanham as buscas. "Eu acredito que eles estão vivos, eu digo vivos e eesperando a nossa ajuda esperando o resgate” irmã de Luciney, Sidney Aguiar.
Avião Orion é utilizado nas buscas no PA (Foto: CBS Silva / Agência Força Aérea)Avião Orion foi  utilizado nas buscas no PA
(Foto: CBS Silva / Agência Força Aérea)
As buscas são coordenadas pela Força Aérea, que chegou a empregar um avião P3-Orion em sobrevoos na região. A aeronave possui sensores capazes de detectar partes metálicas na mata e no fundo do mar. Além dele, as aeronaves da Fab já relizaram mais de 198 horas de voos, cobrindo uma área de 23 mil km quadrados.
Em terra, equipes de resgate e voluntários também lidam com os problemas da mata da região. Segundo o tenente do corpo de bombeiros, Tiago Vilhena, existem cobras, insetos e onças na área, além de outros bichos.“Porcos do mato que são muito perigosos, a gente sempre que anda nessas regiões procura andar armado, pra proteger a nossa equipe”.

A equipe de resgate em terra já percorreu 5 km de selva em mais de 200 horas. Mas o número de militares, que são cerca de 25, é considerado pequeno para as famílias das vítimas. “Tempo é vida né? Se eles tiverem vivos na mata, quanto mais tempo demorar, um dia a mais é um dia a menos”, avalia Jéssia Feltrin, filha do piloto.

Jéssica juntou 19 mil reais em doações para oferecer uma recompensa para quem encontrar o avião. “muitos deixam seus trabalhos e entram na mata para procurar a aeronave, os que não podem fazer isso, doam, suprimento, equipamento”, revela. “E nisso que a gente se apega para não ter que desistir”.


Fonte: G1 Pará

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