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Na tentativa de impedir que fossem registradas imagens de um protesto pelo pagamento de honorários de serviços prestados durante a campanha eleitoral, correligionários do partido agiram como vândalos e atacaram a equipe do Portal ORM, formada pelo repórter Bruno Magno e o motorista Bruno Macedo, além do fotógrafo Tarso Sarraf e do repórter Evandro Flexa, de O Liberal. O mais atingido foi Magno, que recebeu dois socos no rosto. Ele ainda teve o celular destruído. Pelo menos 15 manifestantes cercaram os jornalistas e as equipes precisaram fugir.
Tudo começou por volta das 11h da manhã, quando as equipes de reportagem chegaram ao comitê do candidato José Priante, localizado na Rua Mariz e Barros, entre Avenidas Almirante Barroso e João Paulo II. 'Estávamos indo checar uma informação de um protesto de pessoas que trabalharam na campanha e não haviam recebido o pagamento pelo trabalho', explicou o repórter Bruno Magno. Ao chegar ao local, a equipe tentou conversar com um homem que aparentava ser o coordenador do movimento. 'Perguntamos se alguém podia falar sobre o protesto e ele disse que ninguém falaria disso com a gente', contou Magno.
Em seguida, Magno e Macedo atravessaram a rua para registrar
imagens da manifestação. Nessa hora, algumas pessoas começaram a fazer
ameaças ao repórter. 'Uma mulher ficou dizendo que ia quebrar o nosso
equipamento. Argumentamos que eles não podiam nos impedir de fazer nosso
trabalho, mas não discutimos. Ficamos calados e mesmo assim fomos
agredidos, sem motivo', contou o jornalista.
Única imagem registrada pela equipe do Portal ORM antes da agressão
Única imagem registrada pela equipe do Portal ORM antes da agressão
Mesmo sem reagir às ofensas dos manifestantes, um grupo de pelo menos 15 pessoas cercou a equipe. 'Eles mandaram a gente ir embora dizendo que já estava tudo resolvido. Foi tudo rápido. Um deles veio por trás e começou a me dar socos. Nem sei quantos foram porque na hora fiquei tonto. Meu celular caiu no chão e muita gente pisou nele', lamentou o repórter.
Ainda segundo Magno, as agressões foram feitas por um homem de cor branca e forte, que fugiu em seguida. Depois disso, o grupo de manifestantes partiu para cima do motorista da equipe, que tentou ajudar o repórter. 'Nessa hora outro homem juntou uma pedra e tentou jogar em mim. Corremos para o carro e conseguimos escapar', disse.
Ao mesmo tempo em que um grupo agredia a equipe do Portal ORM, outros manifestantes tentaram atacar o fotógrafo de O Liberal, Tarso Sarraf, e quebrar seu equipamento a chutes, do outro lado da rua. 'Quando olhei pra lá, vi o Tarso fugindo em direção à Almirante Barroso. Ele conseguiu pegar um táxi e ir para a delegacia do Marco. Nós o seguimos e fomos todos para delegacia', contou.
Após ao registro da ocorrência as vítimas retornaram ao local do protesto e conseguiram identificar dois suspeitos das agressões e registrou a imagem abaixo. A foto foi repassada à Polícia para averiguação.
Repúdio - O Sindicato dos Jornalistas do Pará se manifestou e informou que acompanha o caso de perto. 'Estamos com representantes do sindicato acompanhando a equipe e já acionamos uma advogada criminalista para acompanhar o caso', disse a presidente do Sinjor, Sheila Faro. Ela afirmou que o sindicato repudia qualquer forma de violência contra jornalistas e que essas atitudes são uma afronta à liberdade de expressão. 'Qualquer que tenha sido o fato que ocorreu, não justifica qualquer tipo de violência.
O sindicato repudia veementemente essa situação e não vamos ficar calados. É um absurdo que em pleno século 21, com novas tecnologias, com tantos avanços, ainda tenhamos casos como este acontecendo. Isso é uma falta de respeito e não vamos aceitar', disse Sheila Faro.
Fonte: Portal ORM
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