sexta-feira, 11 de maio de 2012

11/maio- Organizações sociais e ONGs discutem hidrelétricas do Tapajós e Jamanxim



   Organizações não governamentais, movimentos sociais e lideranças comunitárias estão discutindo nesta semana os impactos previstos para a região com a construção do complexo hidrelétrico do Tapajós. A licitação para a obra deve sair ainda este ano com previsão de entrega em cinco anos.
 
 O governo federal enviou esta  semana ao congresso o projeto de redução de cinco unidades de conservação da região da BR-163. A medida visa liberar quase 80 mil hectares de florestas para a construção de três grandes hidrelétricas nos rios Tapajós e Jamanxim. A desafetação liberaria uma área estimada em 78.000 campos de futebol a serem alagadas pelas hidrelétricas de São Luiz, Jatobá e Cachoeira dos Patos

  O chamado Complexo Hidrelétrico do Tapajós é um conjunto de cinco grandes hidrelétricas previstas para a bacia do rio Tapajós (rios Tapajós e Jamanxin). O conjunto das hidrelétricas deverá inundar mais de 200.000 hectares envolvendo unidades de conservação, terras indígenas, comunidades ribeirinhas, áreas de colonização e terras públicas em processo de regularização fundiária. 
 Segundo o governo, a construção das usinas vai possibilitar o crescimento energético do país com a produção de mais de 10 mil megawats de energia. A mais importante delas ficará na  comunidade de São Luiz do Tapajós, um vilarejo paradisíaco que pode ser prejudicado pela inundação. 
  Alem de são Luiz também deve ser quase que completamente inundada a comunidade de Pimental.
  O representantes da ONG internacional rios vivos destaca que a construção de hidrelétricas é uma ameaça a natureza e as populações amazônica.
 Outros projetos de construção de hidrelétricas também enfrentam resistência, mas avançam sob protesto de ambientalistas. Em Altamira a construção da usina de Belo Monte  também mudou drasticamente a realidade da cidade, que vive uma grande explosão demográfica e mostra não ter se preparado para os impactos da construção. Estudiosos do assunto alegam que a  experiência de outras barragens não tiveram resultados positivos, onde é citado o caso da hidrelétrica do rio Madeira em Rondônia, em que a população pagou um preço alto pela obra.  
   A licitação para construção das usinas do Tapajós devem sair ainda em 2012 e terão um prazo de construção de cinco anos, com previsão de empregar 25 mil pessoas de forma  direta. Segundo o governo, a obra será na modalidade plataforma para evitar  maiores impactos. Também haverá projetos de recuperação da vida nos rios e da selva prejudicada, mas o Ministério Publico Federal vê a obra com desconfiança. O procurador federal Felício Pontes aponta que há exemplos claros de que as hidrelétricas são uma ameaça a região e podem se substituídas por outras iniciativas.
 Os impactos previstos com a construção de hidrelétricas no rio Tapajós atingiriam duas terras indígenas, além de afetar diretamente outra, a terra indígena (TI) Kayabi, que acompanha o rio Teles Pires por 280 km. A mais afetada deverá ser a comunidade Munduruku. O cacique Thiago Akai se diz  preocupado com o processo de construção de hidrelétricas na região.
 Se estas previsões se confirmarem, o majestoso Tapajós que hoje é patrimônio da região e suas belas paisagens poderão apenas ficar na memória de quem já desfrutou este privilegio.



Fonte: http://garimpandonoticias.blogspot.com.br/

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