segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

30/jan- População prefere usar aparelho móvel a ter que contar com telefones públicos


Lançado há 40 anos no Brasil, o telefone público é candidato a mais nova peça dos museus. Hoje, no Pará, existem cerca de 30 mil telefones públicos ou 'orelhões' para uma população de mais de sete milhões de habitantes. No primeiro semestre do ano passado, eram 37 mil 'orelhões' em todo o Estado, segundo a a operadora de telefonia Oi Telemar. De acordo com a empresa, 17% dos 'orelhões' do Pará foram alvos de vândalos e precisam de manutenção. O risco é que o número de 'orelhões' caia cada vez mais até sumir do mapa urbano.

A depredação não é motivo isolado para a possível extinção do equipamento. Os 'orelhões' perderam espaço para as novas tecnologias após o surgimento da telefonia móvel que facilitou a comunicação através do uso de aparelhos celulares.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) exige que a Oi Telemar cumpra o Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU). A cada 300 metros, é necessário ter um telefone público instalado para uso da população. Em Belém, a avenida Braz de Aguiar, no bairro de Nazaré, conta com 16 'orelhões' em apenas 1,8 km de extensão. Já na avenida José Bonifácio, que interliga os bairros do Guamá e São Brás, há 32 equipamentos em cerca de 4 km. Isso comprova que a concentração de 'orelhões' é maior do que a exigida por lei. Mas parte dos telefones públicos dessas duas avenidas não funciona. Só que ninguém parece se importar com isso.



Funcionalidade - Os mototaxistas Dionilson Rocha e Sílvio Silva têm a mesma idade do lançamento do telefone público (40 anos). Os afins param por aí, pois o único uso que eles fazem atualmente do equipamento é pendurar uma placa dos serviços deles, no ponto localizado na avenida Duque de Caxias, no bairro do Marco. 'Ficou tão barato ter celular que ninguém mais quer usar o orelhão. Um chip de celular custa o mesmo que um cartão telefônico. Além disso, você pode ligar de graça para a maioria dos números com as promoções das operadoras. Não vale a pena usar o telefone público. Mas pode ser que ele seja útil para emergências', disse o motoqueiro Dionilson. 'Dá para contar nos dedos as pessoas que vem fazer ligações aqui na frente do ponto. A maioria é de idosos', reforça Sílvio.

Na rua dos Mundurucus, no bairro de Batista Campos, os operários da construção civil deixam roupas dependuradas sobre o 'orelhão' instalado em frente à obra de um edifício, o que impossibilita o uso pela população. Na avenida Barão de Igarapé-Miri, no Guamá, um dos quatro pilares de uma barraca da feira é a cabine do aparelho. Para a dona de casa Rosalinda Ramos, de 61 anos, o telefone público ainda pode ser importante. 'As pessoas já estão tão acostumadas com os serviços públicos precários, que fazem de tudo para não depender deles. Com a telefonia, não é diferente. Os telefones públicos estão acabando e ninguém sente falta, embora seja um direito do cidadão', diz a aposentada.


História - Com cúpula em fibra de vidro, formato de concha e cor laranja, o telefone público saiu dos limites dos estabelecimentos comerciais em 1972, no Rio de Janeiro (RJ). O grande atrativo das 137 cabines inicialmente lançadas pela Companhia Brasileira Telefônica (CTB), logo apelidadas pela população de 'orelhões' devido ao seu formato, era a possibilidade de as pessoas fazerem ligações na rua.

Os primeiros aparelhos permitiam apenas ligações locais e o acesso ao DDD regional veio dois anos depois. Em 1978, outra novidade foi a ligação a cobrar pelo código 107. Em seguida, alguns orelhões passaram a oferecer acesso ao DDD nacional e, em 1982, os aparelhos passaram também a receber chamadas. A partir de 1993, os orelhões começaram a funcionar com o sistema de discagem local a cobrar, sem auxílio da telefonista. A partir dos anos 90, o cartão telefônico foi adotado no lugar das fichas.

Fonte: www.orm.com.br/
Com informações de O Liberal
Foto: Heloá Canali (Portal ORM)

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